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tudo isso quando estiver a ferver recebe as folhas pisadas do aipim, e deixa-se cozinhar bem.

Fica subentendido que não se pode determinar a quantidade de cada tempero nas comidas. Depende do paladar de quem as prepara; o principio geral é - tudo de mais é sobra.

Da sobremeza bahiana

Inteiramente nulla foi, entretanto, a influencia africana no preparo de doces e gulozeimas de sobremesa, ao contrario do regime alimentar.

Os conventos da capital e alguns estabelecimentos profanos tiveram notoria nomeada no enfeite e acondicionamento de bandeijas de doces finos, destinada a casamentos, baptisados, bailes e banquetes. A variedade desses doces, tanto em calda como seccos, ainda hoje tem muito apreço, principalmente os de calda, trabalhados em fructas do paiz como: araçá, laranja da terra, caju, genipapo, limão, cydra, banana, abacaxi, manga, mangaba e outras.

Entre os doces seccos sobresahem: o pão-de-ló, o bolo inglez, sequilhos, pasteis, bolaxinhas de gomma, etc.

O Convento da Soledade sempre se avantajou aos demais no preparo de doces, sendo frequentes as encommendas para fora do Estado, e até para o estrangeiro.

O Convento do Desterro, de preferencia, ainda fabrica uma farinha alimentar, muito recommendada aos convalescentes. Em sua composição, entram o milho, a araruta, a tapioca e farinha de trigo.

Fabricam ainda as franciscanas do Desterro uma