Página:A arte culinária na Bahia - Manuel Querino.pdf/49

- 29 -

geléa muito fina, cuja matiria prima é constituida dos tecidos que cobrem os ossos superiores ás patas dos bovinos.

É alimento destinado ás pessoas accommettidas de affecção pulmonar.

As religiosas da Lapa trabalham admiravelmente em doces de banana, queimados de agua de flor, e em xaropes de angico e de babosa (aloés), especifico das molestias do apparelho respiratorio, e bem assim em saborosas cangicas de milho verde.

No Convento das Mercês fazem-se doces de qualidades differentes, e tambem confeitos que são engastados em ramos de folhetas.

Assim, cada estabelecimento religioso da Bahia possue a sua especialidade.




Além das fructas cultivadas no Estado, entre as quaes sobresaem a inexcedivel laranja do Cabula (subúrbio da capital), a manga de enxerto de Itaparica, o Imbú sertanejo, as uvas brancas de Itiúba e Joazeiro, enfeitam a sobremesa bahiana estes outros saborosos pratos.

Cangica de milho verde

Previamente, ralam-se os côcos ou sejam cinco para vinte e cinco espigas de milho.

Debulhados, ou melhor, retirados os grãos da espiga, cortando-os com uma faca e recolhidos em urupema, depois de limpos, são rafados em machina americana ou na pedra. Depositada a massa em vasilha grande com agua, os residuos que vêm á tona são apanhados á mão e passa-se na urupema, ou melhor, na estopinha, a massa contida na vasilha, espremendo-a á mão.