— Que bonita lembrança você teve! eu também no seminário às vezes tive essa idéia, quando estava traduzindo Virgílio... se você soubesse latim, eu havia, de jurar, que já leu aquele autor...

"Crescent illae, et vos crescetis, amores."

— Não entendo nada desses latinórios; o que sei é que esta árvore sou eu, e essa lá é você. Assim como elas nasceram aqui juntas e juntas hão de morrer, assim desejo que aconteça a nós dois, que também nascemos perto um do outro e fomos criados juntos. Nós também havemos de viver juntos como estas duas árvores, entrançando no ar os ramos uns nos outros, não é assim, Eugênio!

— Quem dera, Margarida!... se Deus permitisse isso era tão bom!... mas... eu sei?...

— Há de permitir; por que não? que necessidade temos nós de nos apartar um do outro?

— Mas eu não sou senhor de mim, Margarida; hei de fazer o que o meu pai mandar.

— Isso é agora; mas depois que ficar homem...

— Ah! isso sim; depois que eu for homem, hei de fazer o que eu entender, e Deus nos há de ajudar, que acabados os meus estudos nunca mais nos havemos de separar, sou eu que to juro, Margarida.