(Desterro)



I

Ó pérola nitente,
Ó pérola do amor,
Ó imã redolente
Das pétalas da flor;

Ó lágrima sutil,
Ó lágrima ideal,
Do côncavo de anil
Caída no cristal

Do lago transparente,
Harmoniosamente,
Aos flocos do luar...

Tu és como as essências,
Conheces as ciências
Ocultas... de matar!

II

Cintila a estrela-d’alva
Bem como o olhar do crente!
Perpassa no ambiente
O fresco olor da malva.

Um tic de lirismo,
Simpático e harmônico,
Derrama no sinfônico
Riacho — um misticismo.

Há músicas supremas,
Um mundo de problemas
Nos montes seculares.

E como um lírio roxo,
A alma em canto frouxo
Emigra para os ares.