Eu adoro uma morena sacudida
De olhos negros e faces cor de jambo
Lábios rubros, cabelos de azeviche
Que me mata, me enfeitiça, põe-me bambo
A cintura, Meu Deus, é delicada
O seu porte é faceiro e bem decente
As mãozinhas são enfeites, são berloques
Que fazem enlouquecer a toda gente

Ai morena a quem amo, a quem adoro
Não me sai um só momento da idéia
É faceira, dengosa e muito chique
Tem um pé... que beleza, que tetéia!

Há segredos, quem diz, naquele corpo
Tremeliques, desmaios, sensações
Que nos põe a cabeça andar à roda
Sonhando com delícias, com paixões
Seus dentes são marfim de alto preço
Sua boca um cofre perfumado
O resto do corpinho uma delícia
O melhor é não dizer, ficar calado

Ai morena a quem amo, a quem adoro
Não me sai um só momento da idéia
É faceira, dengosa e muito chique
Tem um pé... que beleza, que tetéia!

Esta obra entrou em domínio público no contexto da Lei 5988/1973, Art. 42, que esteve vigente até junho de 1998.


Caso seja uma obra publicada pela primeira vez entre 1929 e 1977 certamente não estará em domínio público nos Estados Unidos da América.