Acordou, vendo sangue... Horrível! O osso

Frontal em fogo... Ia talvez morrer,

Disse. Olhou-se no espelho. Era tão moço,

Ah! Certamente não podia ser!


Levantou-se. E, eis que viu, antes do almoço,

Na mão dos açougueiros, a escorrer

Fita rubra de sangue muito grosso,

A carne que ele havia de comer!


No inferno da visão alucinada,

Viu montanhas de sangue enchendo a estrada,

Viu vísceras vermelhas pelo chão...


E amou, com um berro bárbaro de gozo,

O monocromatismo monstruoso

Daquela universal vermelhidão!

(Outras Poesias, 44)