A perfeição, a graça, o doce geito,
A Primavera cheia de frescura,
Que sempre em vós florece; a que a ventura,
E a razão entregárão este peito;
Aquelle crystallino e puro aspeito,
Que em si comprehende toda a formosura;
O resplandor dos olhos e a brandura,
Donde Amor a ninguem quiz ter respeito;
S'isto que em vós se vê, ver desejais,
Como digno de ver-se claramente,
Por muito que de Amor vos isentais;
Traduzido o vereis tão fielmente
No meio deste espirito onde estais,
Que vendo-vos sintais o que elle sente.