Prateia a serra, tudo prateia
O luar branco de minha aldeia
(o luar branco de minha aldeia)
Em minha terra
Quando a lua sobre a serra
A saudade se descerra
Nos confins do coração
A natureza
Fica muda, fica presa
Enlevada na beleza
Do luar do meu sertão!
Pela calada
De uma noite enluarada
O magote da boiada
Fica olhando para o céu
Se o vaqueiro
Vem subindo pelo outeiro
Vem a lua, sorrateiro
Ergue a mão, tira o chapéu
Lá na campina
Quando a lua se reclina
Geme a pomba, a sururina
Canta e geme o pecoá
Nas bananeiras
Cantam as rolas cantadeiras
Lá no topo das palmeiras
Assobiá o sabiá
Em minha aldeia
Quando brilha a lua-cheia
A matuta sapateia
Nos requebros do baião
E ao som do pinho
Da viola e cavaquinho
Tudo baila à luz de linho
Do luar do meu sertão!
Esta obra entrou em domínio público no contexto da Lei 5988/1973, Art. 42, que esteve vigente até junho de 1998.
Caso seja uma obra publicada pela primeira vez entre 1929 e 1977 certamente não estará em domínio público nos Estados Unidos da América.