Dois meses depois celebrou-se, ainda na cidade do Rio de Janeiro, o casamento de Frederico e Cândida.
Muito mais rico do que a noiva, conhecido e estimado pela nobreza de seus sentimentos, pela severidade de seus costumes, pelo brilho de suas virtudes, Frederico deu com o seu nome a Cândida uma égide que a pôs a salvo dos botes de injuriosas suspeitas.
Grande aos olhos da família de Cândida, anjo salvador para esta, Frederico, abençoado por seu pai, sentiu-se no ato de seu casamento e no meio das tristes lembranças dos passados desvarios de sua noiva, esplêndido aos olhos do Deus do perdão.
Quando a cerimônia religiosa terminou, ele deu a mão a Cândida e voltou-se para a família.
O olhar de Leonídia cheio de celeste amor abriu-lhe a porta do paraíso.
Leonidia tivera razão de perguntar de que altura era Frederico; porque na sua virtude ele se mostrou alto, como o sacrifício que fizera ao amor de sua mãe adotiva.
Á noite e recolhidos à câmara nupcial, Cândida fez um movimento para ajoelhar-se diante de Frederico.
Ele a conteve e disse-lhe docemente:
– O passado morreu: no altar donde viemos hoje, eu te purifiquei e Deus nos abençoou.
E abraçando a noiva, beijou-a na fronte.