Vancê tá vendo essa casinha
Simplesinha
Toda branca de sapê?
Diz que ela véve no abandono
Não tem dono!
E se tem ninguém não vê

Uma roseira cobre a banda
Da varanda
E num pé de cambucá
Quando o dia se alevanta
Virgem santa!
Fica ainsim de sabiá!

Deixa falá toda essa gente
Maidizente
Bem que tem um moradô!
Sabe quem mora dentro dela?
Zé Gazela!
O maió dos cantadô

Quando gazela viu Siá Rita
Tão bonita
Pôs a mão no coração
Ela pegou, não disse nada
Deu risada!
Ponto os oinho no chão

E se casaro, mas um dia
Que agonia!
Quando em casa ele voltou
Zé Gazela viu Siá Rita
Muita aflita
Tava lá Mané Sinhô!
Tem duas cruz entrelaça
Bem na estrada
Escrevero por detrás:
"Numa casa de cabloco
um é poco
dois é bom, três é demais!"

Esta obra entrou em domínio público no contexto da Lei 5988/1973, Art. 42, que esteve vigente até junho de 1998.


Caso seja uma obra publicada pela primeira vez entre 1929 e 1977 certamente não estará em domínio público nos Estados Unidos da América.