No arvoredo sussurra o vendaval do outono,
Deita as folhas á terra, onde não ha florir
E eu contemplo sem pena esse triste abandono;
So eu as vi nascer, vejo-as só eu cahir.
Como a escura montanha, esguia e pavorosa
Faz, quando o sol descamba, o valle ennoitecer,
A montanha da alma, a tristeza amorosa,
Tambem de ignota sombra enche todo o meu ser.
Transforma o frio inverno a agua em pedra dura,
Mas torna a pedra em agua um raio de verão;
Vem, ó sol, vem, assume o throno teu na altura,
Vê se pódes fundir meu triste coração.