BALZAC (romancista francês) → Realismo
Honoré de Balzac (1799–1850) é considerado o pai do romance moderno pela grandiosidade da sua obra de ficção. Ele retrata a sociedade francesa da época numa obra cíclica, que denomina A Comédia Humana, para distingui-la da Divina Comédia, do poeta italiano Dante Alighieri. O conjunto de romances encontra-se dividido em três partes. Na primeira parte, Balzac apresenta a descrição artística dos costumes da sociedade burguesa (A mulher dos trinta anos, O pai Goriot, Eugênia Grandet, entre outros romances); as obras da segunda parte expressam seu pensamento reflexivo sobre a vida (Luís Lambert, Pele de Onagre etc.); na terceira parte, de que publica apenas Fisiologia do casamento, analisa o comportamento humano face às instituições sociais. Pelo seu aspecto de participação, a narrativa balzaquiana está impregnada de "realismo crítico", termo mais tarde utilizado por vários teóricos do romance. Com efeito, na sua volumosa obra de ficção romanesca encontramos, apresentados e discutidos, os temas mais palpitantes da florescente burguesia francesa da sua época: política, usura, dinheiro, hipocrisia, ambição, casamento, amor. O adjetivo "balzaquiano" passou a indicar uma postura perante a vida, que lembra personagens ou situações de sua obra. Mais especificamente, no gênero feminino, o adjunto adnominal "balzaquiana", forjado a partir da obra A mulher de trinta anos, designa uma mulher madura, mas ainda solteira, embora apetitosa. Muitas observações de Balzac sobre a vida, especialmente conjugal, tornaram-se citações de almanaque. Transcrevemos apenas uma:
"É mais fácil ser amante que marido,
pois é mais difícil ter espírito todos os dias
do que dizer coisas bonitas de vez em quando"