Catulo (poeta latino) → Lírica
Maior poeta lírico da Literatura Latina, Catulo nasceu em Verona (87 a.C.), no norte da Itália, mas passou a maior parte da sua breve vida (33 anos) em Roma. Nobre e rico, dedicou-se ao culto do amor, da amizade e da arte literária no dissoluto mundo cortesão da capital da imensa República. Sua existência foi marcada por uma forte paixão por uma dama romana, a bela e lasciva Clódia, esposa do cônsul Metelo Céler e irmã do tribuno Clódio, do partido democrático. A poesia de Catulo reflete a trajetória de seu amor por esta mulher, que ele imortalizou sob o pseudônimo da Lésbia: os momentos felizes da paixão, o sofrimento pela traição e pela degradação moral da mulher amada. Deixou-nos uma coletânea de 117 poesias (C. Vaterii Catulli liber), em que estão reunidos poemas curtos e de assunto amoroso (Nugae) e elegias, epigramas, epitalâmios e traduções de poemas gregos. Apresentamos o texto e a tradução de um poema composto de apenas um dístico, o de número 86, para saborearmos a profunda intensidade do seu lirismo:
"Odi et amo. Quare id faciam, fortasse requiris.
Nescio: sed fieri sentio et excrucior"
(Odeio e amo. Como isso é possível, talvez perguntes:
não sei, mas sinto que é assim e sofro terrivelmente).