EMPIRISMO (a primazia da experiência) → Método

A Verdade é filha do Tempo e não da Autoridade
(Bacon)

Francis Bacon (1561–1626) inaugura uma nova vertente do pensamento moderno, seguida mais tarde por Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley e David Hume, oposta ao racionalismo cartesiano que reduzia todo conhecimento científico às idéias claras e distintas, sob a inspiração da matemática. Bacon tenta demonstrar que as idéias se originam na experiência sensível, "nada havendo no intelecto que antes não houvesse passado pelos sentidos’’. A mente humana é uma ‘‘tábua rasa", não possuindo nenhuma idéia inata, anterior à realidade concreta. Bacon, convencido de que a "Verdade é filha do Tempo e não da Autoridade", empreende uma luta contra o estagnatismo e o dogmatismo do saber de sua época. O pensamento reflexivo e o conhecimento científico devem estar em contínua evolução para serem úteis à sociedade, devendo-se evitar especulações abstratas e propostas hipotéticas. Na sua obra Novum organum, propõe um novo método de investigação científica, baseado na experiência sensível e nas sucessivas experimentações. Apesar das divergências quanto á origem do conhecimento, o pensamento de Descartes e de Bacon coincide num ponto fundamental: a verdade é obra do homem e o critério de legitimidade do conhecimento é a evidência (quer inteligível, quer sensível) e não a autoridade civil ou eclesiástica. O Racionalismo e o Empirismo são duas formas de Antropocentrismo, no sentido de que ambos estão voltados para os problemas do conhecimento da realidade existencial, cujo centro é o homem. Segundo o filósofo e teórico político inglês John Locke (1632–1704), "observar ou ler fornece conhecimento à mente; ao passo que pensar incorpora o que vimos ou lemos".