HÉLIOS (Sol, Heliocentrismo: sistema copernicano) → Apolo
Hélios, correspondente ao deus "Sol" dos romanos, é uma divindade pré-olímpica, cujo culto, aos poucos, foi substituído pela adoração do poderoso Apolo. Sua configuração é de um lindo jovem, coroado de raios luminosos, conduzindo seu carro flamejante, puxado por quatro cavalos brancos que soltam chamas pelas narinas. Partindo da oriental Etiópia, subia até chegar, ao meio-dia, no topo do arco do céu e depois começava a descida em direção ao Ocidente, caindo no Oceano. Navegando durante a noite toda, protegido por uma grande taça de ouro, chegava outra vez à Etiópia, ao alvorecer. A região de maior culto ao Sol era a ilha da Sicília, no Sul da Itália, onde o deus possuía vastos rebanhos de bois e carneiros. O calor de seus raios fecundava a natureza toda: o mundo vegetal, animal e até humano, pois ele teve inúmeros filhos com várias ninfas e mulheres. Para o simbolismo desta divindade, veja-se o verbete Apolo. As ciências naturais, especialmente a física e a química, se serviram do nome ou do prefixo helio- para denominar vários fenômenos ou teorias: de "hélio", o mais leve dos gases, até "heliocentrismo", o sistema astronômico que considera o Sol como o centro do universo, o astro ao redor do qual transladam todos os planetas. Essa nova concepção da cosmologia é relativamente recente, pois, até o séc. XVII, ainda se acreditava no sistema ptolemaico ou geocentrista, que imaginava a Terra imóvel e centro do Universo, sendo o Sol a rodar ao seu redor. Os cientistas do Renascimento europeu, especialmente Newton, Copérnico (que deu o nome ao novo sistema) e Galileu, sofreram inutilmente para convencer os conservadores católicos de que o que está escrito no Gênesis (→ Bíblia) é pura fantasia.