SÓFOCLES (dramaturgo grego) → Édipo → Tragédia
Só o tempo pode revelar-nos o homem justo;
O malvado pode ser conhecido em um só dia
Filho de um rico comerciante de Atenas, o poeta dramático Sófocles (496 – 406) recebeu a mais fina educação da época, aprendendo música, dança e ginástica. Adolescente, teve a honra de integrar o coro de jovens que, nus, cantaram o Poean, hino em louvor de Apolo, dançando nos festejos da vitória de Salamina. Conseguiu o primeiro lugar em vários concursos dramáticos e escreveu, aproximadamente, cento e vinte peças, das quais só ficaram sete tragédias. Destas, as mais importantes e famosas estão centradas sobre o mito de Édipo: Édipo Rei, Antígona e Édipo em Colona. Sófocles escreveu sua última peça com mais de 80 anos quando, consolando sua velhice, tornara-se amante de uma jovem e bela hetera (cortesã de costumes livres) com a qual teve uma criança. Mas um filho legítimo do poeta, cioso da herança, acusou o pai de senilidade. Sófocles defendeu-se no Tribunal de Atenas lendo trechos da última tragédia que estava escrevendo. Os juizes, após ouvirem os belos versos de Édipo em Colona, além de absolvê-lo da acusação de caducidade, acompanharam o poeta até sua casa. A dramaturgia de Sófocles põe em cena a luta do herói, ser excepcional, contra o destino adverso. Ele teve o grande mérito de dar à tragédia grega sua estrutura definitiva, aumentando o número dos integrantes do coro, acrescentando um terceiro ator e dando mais liberdade aos assuntos das trilogias. Sua dramaturgia está centrada sobre o herói, um homem de qualidades excepcionais, que luta entre a satisfação de suas paixões e a vontade do destino (→ Fado).