Rainha!

Manda o Teu sceptro de ferro para os Teus arsenaes.

Ve-lo-Has transformado em espadas, ancoras, pelouros, e arados.

E os pulsos dos Teus Portuguezes, ainda magoados das algemas que lhes
Lançaste, Verás como ganham vigor para defender-Te, e para humildes
servir-Te.

Humildes por amor!

Para leval-os ao combate, e depois do combate a seu trabalho, Toma Tu uma
leve canna, como Teus Avós fizeram, e Vae, risonha, nobre e compassiva,
ante elles, que são Teus filhos.

Leval-os-Has onde Quizeres; porque, apesar do que Has feito, elles Te amam.

Leaes cavalheiros, só querem que não te esqueças de que És sua Mãi, e de
que nem mesmo entre as féras ha Mãi para consentir que seus filhos sejam
offendidos por estrangeiros.

Tu Crês que não És sua Mãi, elles se consideram Teus filhos, e hão de
amar-Te, em quanto Fores, ao menos madrasta sua e não Estrangeira, Tu, que
És filha de D. Pedro.

Se Queres ser cruel embora o Sejas.

Teus subditos são cavalheiros leaes, que nunca tingiram suas mãos no sangue
dos seus Reis, no cadafalso, como fizeram já aquelles a que recorres,
aquelles cuja bandeira se arvora a Teu reclamo, em terras de Portugal!

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Rainha pelos Portuguezes!

Teus subditos soffrerão tudo, tudo por Ti; menos a infamia de uma bofetada
por mão de Regicidas.

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Rainha pelo amor e pelas armas de Portugal!

Preferes ser tyranna?

Matta os Portuguezes Tu mesma: não os Aviltes.