(PARA UM ÁLBUM.)
Eu ingenho não tenho sublime,
Que te possa o que sinto, expressar;
Minha lyra não tem a doçura,
Com que deve teus dotes cantar.
P’ra dizer-te somente, que és bella,
Não se hão de meus labios abrir;
Que a lindeza, que tens no semblante,
Esta phrase não póde exprimir.
O teu rosto, que as graças enfeitam,
Chamar bello — é mui fraca expressão,
Elle aos olhos o typo apresenta
De sublime, ideal perfeição.
Eu não sei n esta folha querida
Dedicar-te um louvor que me agrade ;
'N ella apenas escrevo um protesto
D’extremosa, sincera amizade.
3 de Agosto de 1851.