(Desterro)
Em junho, que é mês do frio,
Perdes todo o colorido,
Tens um tom vago e sombrio
De dor, de mágoa e gemido.
Não sei que tristeza é essa
De tão doloroso cunho
Que perdes a cor depressa
Assim que vem vindo junho.
Ficas branca e desmaiada,
Lembrando a lua serena,
Fraca, pálida e gelada,
Como frágil açucena.
Vão-se-te as rosas da face
Emurchecendo e sumindo
Num crepúsculo vivace
De tudo o que estas sentindo.
Ai! no entanto pelos prados
Onde os dias resplandecem
Risonhas como noivados
Em junho as rosas florescem...