IX
O Monge Maldito
Os devotos paineis dos antigos conventos,
Reproduzindo a santa imagem da Verdade,
Davam certo conforto aos sóbrios monumentos,
Tornavam menos fria aquela austeridade.
Olhos fitos em Deus, nos santos mandamentos,
Mais de um monge alcançou palma de santidade,
Á Morte consagrando obras e pensamentos,
Numa vida de paz, de labor, de humildade.
Minh’alma é um coval onde, monge maldito,
Desde que existe o mundo, aborrecido, habito,
Sem ter um só painel que possa contemplar...
— Ó monge mandrião se quer’s viver, contente,
Uma vida de paz, não sejas indolente;
Calêja-me essas mãos, trabalha! vae cavar!