A gruta! Mas saberá o leitor porventura o que é a gruta que nos referimos? Acaso já viajou o leitor pelos difíceis montes do Rio Comprido, para saber onde fica esse belo tesouro de pedra, que jaz oculto por entre a luxuriante vege­tação daquele arrabalde? Se ainda não gozou tal espetáculo, como é muito natural, tenha a bondade de seguir os passos de Gregório, porque este, de braço dado à cismadora Olímpia, vai empreender essa bela excursão.

Estamos em dezembro. O duvidoso relógio do Papá Falconnet balbuciou há pouco duas horas da tarde. É domin­go, e, apesar da estação, o sol não constrange a quem deseja passear. Há um doce recolhimento na floresta, que nasce aos fundos da Avenida Estrela; dir-se-ia que está para anoitecer, tão nuviosa vai a atmosfera. As aves saltam cantando na espessura da folhagem e a luz do céu filtra-se por entre as nuvens, derramando-se suavemente pela terra.

Faz gosto sair de casa; meter uma flor na gola do paletó de brim, tomar um guarda-sol de linho, derrubar o chapéu de palha sobre os olhos, e enveredar por entre os tortuosos caminhos do campo.

É bom levar consigo uma forte bengala ou pedaço de bambu, porque o terreno é muito acidentado e sujeito a cobras. Às vezes quase que se torna impraticável a viagem: encontram-se ângulos de pedra nua, que surgem por entre a verdura como os cotovelos de um mendigo por entre mangas rotas.

Em tais casos o remédio é subir de gatinhas e passar depois a ponta do bambu ao companheiro para lhe poupar aquele incômodo. Outras vezes são os espinhos que se apre­sentam para obstar a passagem; entra então a gente, deixando-­se arranhar à vontade pelos espinhos, e grita para trás aos companheiros que se acautelem.

Se estes porventura são pessoas de expediente, afastam com a bengala os galhos espinhosos, e passam adiante; se o não são, melhor será que voltem para casa e se deixem de passeios à gruta, porque depois dos espinhos aparecem cipós da grossura de todos os dedos, e os quais se nos enredam pelas pernas, pelo tronco e pelo pescoço, só nos deixando continuar o passeio depois de os havermos cortado com um facão.

Foi nestas circunstâncias que se achou Olímpia no tal domingo a que nos referimos.

À mesa do almoço, em conversa, se falara da gruta.

— Que gruta?... perguntou ela, já mordida de curiosidade.

O Papá Falconnet tratou logo de explicar o que vinha a ser a gruta, encarecendo-lhe o valor, conforme era de seu costume sempre que se referia a qualquer objeto relacionado com a Avenida Estrela.

— Vou visitá-la, disse a filha do comendador, com um gesto resoluto.

— Mau! resmungou o pai, sem ânimo de a contrariar. E acrescentou em voz alta: — Faço idéia do que não será a tal gruta!...

— Em todo o caso tenho vontade de ir vê-la, e irei! respondeu Olímpia.

— Não sei se V. Exa. fará bem... observou o padre Almeida, que até aí parecia não haver prestado atenção à conversa. Aqueles caminhos são perigosos...

E, como Olímpia o interrogasse com um gesto, ele acres­centou:

— É que V. Exa. pode perder-se...

— Não deve ser tanto assim, replicou ela.

— Todavia, é bom não se fiar muito, minha senhora! volveu o padre, pondo intenção nas suas palavras.

— Não tenho medo! disse Olímpia, sacudindo os ombros. E resolveu que depois do almoço faria uma excursão à gruta. Gregório ofereceu-se logo para acompanhá-la.

— Aceito com muito prazer, respondeu ela, agradecendo-lhe o oferecimento.

Outras pessoas aderiram em seguida à idéia, e ficou deci­dido o passeio.

— Queira Deus que te não suceda alguma coisa!... observou o pai de Olímpia, assim que a pilhou só. Tu andas fraquinha, minha filha; não deves abusar muito!...

— Ora! redarguiu ela, sacudindo os ombros; não hei de morrer de velhice!... Além de que, o médico me aconselhou fazer exercício!...

— Mas não indo à tal gruta, que, ouvi dizer, é muito longe daqui e quase inacessível!

— Não deve ser tanto assim!...

E às duas horas puseram-se todos a caminho. O comen­dador não resistiu ao desejo de acompanhar a filha; mas, depois de subir uns duzentos passos, já não podia ir adiante e debalde procurava convencê-la de que devia voltar com ele. Olímpia, apesar de muito cansada, declarou que o pai queria um absur­do, e continuou a excursão.

O comendador ainda tentou prosseguir na viagem, mas toda a sua boa vontade foi inútil. Assentou-se por terra com outros companheiros que haviam desistido igualmente, e pouco depois voltava com estes para casa.

Só três não desistiram: Olímpia, Gregório e o Augusto.

Este último ia à frente rompendo a marcha, o que aliás pouco lhe custava, graças à destreza de que dispunha e ao seu vivo instinto de fragueiro. Às vezes o caminho se fechava de todo ou tomava uma direção despercebida à primeira vista, Augusto suspendia-se então por um cipó, ou singrava por entre o mato, gritando pouco depois aos companheiros.

— Tomem a esquerda! Cá está o caminho! Cuidado com os espinhos à direita!

Outras vezes era a ladeira que se fazia mais íngreme, e Augusto tinha de improvisar um corrimão para que os outros dois a pudessem galgar.

E, só depois de muito matejar, foi que os três chegaram a um ponto mais elevado da montanha, planalto que se debru­çava pitorescamente sobre um vale profundo e sombrio.

— É ali em baixo a gruta! exclamou Augusto, apontando para a várzea. É preciso agora descobrirmos a descida. Ah! ei-la! Por aqui! por aqui! Cuidado no sentar o pé, porque esta pedra escorrega muito!

Gregório dava a mão a Olímpia, para ajudá-la a descer.

Ela quase não falava por toda a viagem, mas sentia um grande encanto em tudo aquilo. Nunca fizera um passeio tão penoso e tão agradável; nunca houvera visto de perto os rebentões das matas, formando os mais caprichosos arabescos; nunca se penetrara desse ar embalsamado dos campos, que nos alegra o sangue e nos faz amar a natureza; nunca ouvira os sons eólios da floresta, que nos despertam na alma as notas adormecidas da infância; nunca bebera a luz do sol depois de filtrada por uma abóbada de verdura, e nunca ouvira tão perto o concerto amoroso dos pássaros e o crepitar harmonioso das folhas secas estalando ao sol.

Ao chegarem ao fundo sombroso do vale, Olímpia não pôde conter a comoção. Era um lugar ameno, misterioso, cheio de encantos. De lá não se via a terra nem se via o céu; tudo era verdura. O chão desaparecia, alastrado pelas trapoerabas, que recamavam a grama com as suas mimosas florzi­nhas azuis. Das árvores só se viam as grandes copas aveluda­das, porque os troncos desciam obliquamente dos montes que sitiavam o vale; algumas se equilibravam de cima, presas pelos pés, como enormes ramalhetes voltados para a terra. As infi­nitas trepadeiras, as caprichosas parasitas vingavam e serpen­teavam por todos os lados, como se quisessem enastrar interiormente aquele ninho ideal de verdura pelo modo por que fazem os pássaros seus ninhos.

Por todos lados rebentavam flores, por todos lados se penduravam cipós, entrelaçados de avenca, e se agitavam as palmas esteladas dos coqueiros, forcejando para romper por entre as largas palhetas dos tinhorões e as línguas espinhosas da babosa.

A luz do sol só penetrava naquele doce interior de verdura depois de peneirada pela folhagem, pálida e amortecida como a claridade melancólica de um crepúsculo.

Os três excursionistas estacaram sem dar palavra, inteira­mente dominados pelo religioso aspecto daquele rústico santuá­rio panteísta. Tudo ali respirava uma grande paz, que ia, pouco a pouco, voltando nossos olhos para Deus, chamando nossos joelhos para a terra e nos abrindo o coração aos êxtases da prece.

Depois de mais alguns instantes de mística contemplação, os três seguiram para a gruta.

Entrava-se nela por uma abertura natural, indicada pela própria folhagem, que nesse ponto se tornava mais sombria. Mal porém transposta essa passagem, afastando com ambas as mãos os ríspidos galhos que a defendiam achava-se a gente num lugar inteiramente contrário ao que se acabava de deixar. Era uma estreita galeria em pedregal escuro e úmido, feita de penhascos acumulados uns sobre os outros, formando medo­nhas cavernas, onde apenas de espaço a espaço escorria algum trêmulo fio de luz.

Os negros pedregulhos, como sustidos por uma força estranha, empinavam-se muitos metros fora da sua base, serpenteando por entre eles um corredor irregular e trevoso. Augusto seguiu por aí e os outros dois o acompanharam. À proporção que avançavam, ia o ar se tornando mais frio e o silêncio mais intenso. De todos os rumores de fora só chegava lá dentro um vozear confuso, que esfuziava de rocha em rocha. Olímpia parecia encantada pelo passeio e apertava no seu o braço de Gregório.

Depois de andarem um quarto de hora, deram a um lugar mais amplo e descoberto. Via-se então o céu por entre o rendilhado da floresta, que lá em cima crescia zombando dos rochedos. Algumas árvores se debruçavam no abismo e estendiam pela aridez da pedra seus retorcidos braços de gigante.

Mais alguns passos e começaram a ouvir o murmúrio de uma pequena cascata que corria lá embaixo. Era preciso agora segurar-se a gente com mais cuidado, porque o limo dificultava o caminho transformado em ladeira. A pedra aparecia rachada em vários pontos, cujas fendas só se podiam galgar com um salto.

Olímpia principiava a cansar de novo; as fendas reprodu­ziam-se mais amiudadamente. Vão agora rareando as pedras; vão avultando as fisgas d’água. Terminou afinal a descida; já se não está sobre uma rocha, passeia-se num lago, guarnecido de ilhotas negras, que surgem aqui e ali, como para facilitar a viagem.

É este o ponto mais bonito da gruta. A vegetação surge de cima com mais abundância; os despenhadeiros são enfeita­dos com as trepadeiras e parasitas, que sobem e descem por eles, numa variedade riquíssima de flores. A água corre placi­damente debaixo de nossos pés; ouvem-se cantar os pássaros e sentem-se os sopros embalsamados da floresta. De um lado principia de novo o campo, vê-se a terra e ouve-se o marulhar das folhas; do outro se agrupam penhascos, por entre os quais já não é possível transitar sem risco de vida.

Gregório deu a mão a Olímpia, fê-la subir a uma das pedras que se erguiam defronte deles e mostrou-lhe a cascata. A rocha era fendida em toda a sua extensão, formando magní­fico efeito com os pedregulhos que se entremetiam por ela.

Augusto galgou uma das arestas do rochedo, disse aos companheiros que o esperassem um instante, enquanto ia ele observar se havia saída pelo outro lado da gruta. Olímpia e Gregório opuseram-se; achavam muito arriscada semelhante tentativa: a rocha era lisa de todo e escorregadia. Mas antes que os dois tivessem tempo de despersuadi-lo disso, já o temerário havia atingido uma das pedras que ficavam entaladas na fenda, e procurava, equilibrando-se, alcançar uma outra adiante. Afinal conseguiu e desapareceu pelo lado contrário do penedo.

Os companheiros ficaram sobressaltados. Gregório fez Olímpia assentar-se; procurou distraí-la conversando e ofere­ceu-lhe uns cajus, que nessa ocasião acabava de colher. Mas Augusto não reaparecia e a senhora tornava-se cada vez mais inquieta.

Afinal ouviu-se-lhe a voz, chamando pelos outros. A voz saía justamente da parte mais baixa da rocha, no lugar em que principiava a enorme fenda.

— Onde estás tu? perguntou-lhe Gregório, aproximando-se o mais que pôde do lugar donde vinham os gritos de Augusto.

— Estou aqui embaixo! Só há uma fenda, por onde nem um gato pode passar!

— E por que não voltas por onde foste?!

— Impossível! Vim deixando-me escorregar e não consigo subir! Já tentei várias vezes!

— E agora?!

— Agora é seguirem vocês por aí, que eu os vou encontrar mais adiante!

— Mas eu não conheço estes caminhos!...

— Não há que errar, disse Augusto, procurando meter a cabeça na fenda da rocha; tomas esse caminho, onde estão as palmeiras, e vais sempre seguindo à esquerda, até chegares à pedreira. Vão. Eu não posso ficar aqui por mais tempo, tenho água até aos joelhos! É verdade! não esqueças de levar o saco que trazia eu a tiracolo e que tirei para passar a rocha. Até logo!

— Até logo, repetiu Gregório.

— Sempre à esquerda! ainda recomendou o outro.

Olímpia não deu uma palavra durante o diálogo dos dois rapazes, mas deixou pela fisionomia bem patente o seu sobressalto.

— Nós o encontraremos ali mais adiante... disse Gregório, dando-lhe o braço. Vamos.

E puseram-se a andar silenciosamente. O caminho por onde voltavam era encantador, mas muito agreste. Olímpia por duas vezes queixou-se de que os espinhos lhe feriam o rosto. Gregório contentou-se em lembrar-lhe a coragem com que ela empreendera o passeio.

— É que tenho medo de nos perdermos aqui!... respon­deu a senhora, com um princípio de mau humor. Além disso já estou fatigada e sinto sede!

— Tome um pouco de vinho, e se quiser podemos descan­sar um instante.

— Não! não! prefiro ir adiante; estou impaciente por chegar ao tal ponto em que nos encontraremos com o Augusto.

— Mas que mudança tão rápida foi essa?... ainda há pouco estava de tão bom humor, e agora...

— Parece-lhe que não devo estar aflita?...

— Não sei porquê...

— Imagine que não damos com o caminho e nos desen­contramos do Augusto!

— Havíamos de achar saída!...

E, assim conversando, encontraram-se defronte de três picadas. Gregório hesitou qual devia escolher entre as duas que ficavam à esquerda.

— Que lhe dizia eu!... observou Olímpia, cruzando os braços.

— Deve ser esta. Não se mortifique... É por aqui com certeza!

E seguiram. Mas pouco depois tiveram novo embaraço: todos os caminhos deparados tomavam para a direita.

— Com certeza já estamos perdidos! observou Olímpia.

— É melhor seguirmos por aqui, disse Gregório. Esta picada vai com certeza dar ao ponto de que nos falou o Augusto.

A viagem, entretanto, ia cada vez se tornando mais difícil. Reproduziam-se os obstáculos. Olímpia observou que antes tivessem voltado pelo mesmo caminho. E continuaram a andar. De repente, porém, acharam-se defronte de mato virgem; era preciso voltar atrás, mas na volta já não encontra­ram o lugar por onde haviam ido: tomaram o primeiro caminho que apareceu, e desde então se puseram a andar à toa, ora para a esquerda, ora para a direita. Gregório gritou várias vezes, na esperança de ser ouvido por Augusto ou por qualquer outra pessoa; nada veio em seu auxílio. A floresta continuava a sussurrar indiferentemente.

Assim se escoaram duas horas talvez. Olímpia afinal declarou que não podia dar mais um passo sem ter descansado. Gregório conduziu-a para debaixo de uma árvore e fê-la repousar. Depois abriu o saco de Augusto, tirou uma garrafa de vinho, encheu um copo e passou-o à companheira.

— Temos aqui também o que comer, disse ele, apresen­tando uma empada, queijo e frutas.

Olímpia aceitou sem responder. Gregório foi buscar duas palmas largas de pindoba, estendeu-as defronte da rapariga e assentou-se ao lado dela.

Começaram a comer silenciosamente. Olímpia parecia muito preocupada; percebia-se todavia que a dificuldade de achar o caminho não era a causa principal do seu mau humor, e Gregório sentia-se constrangido por aquela situação a ponto de não encontrar o que dizer.

Nunca a influência amorosa, que aquela estranha mulher exercia sobre ele, o perturbara tanto, e nunca ele se achou tão tímido como naquela ocasião.

Depois da merenda, Gregório convidou Olímpia a prosse­guir na jornada.

— Estou tão abatida!... disse ela, erguendo custosamente as pálpebras e estendendo os braços ao moço, para que a levantasse.

— Sente-se indisposta?... perguntou este com solicitude, segurando-lhe a mão.

— Não, disse ela suspirando e tentando pôr-se de pé. Mas Gregório teve que ampará-la, porque a histérica fechou os olhos e, empalidecendo, cambaleou.

— Que sente, minha senhora?... interrogou ele, empol­gando-lhe a cintura.

Olímpia não respondeu e deixou-se cair no colo do rapaz. Vieram logo os soluços e os suspiros estalados na garganta.

Gregório, na candura dos seus dezoito anos e na predispo­sição lírica do seu pobre espírito, não podia apreciar o alcance daquela crise: todos os fatos da vida real e todos os fenômenos humanos tinham para ele uma explicação romântica. Mal-educado pela metafísica do colégio em que se desenvolveu, e dominado pela corrente sentimentalista da sua época, repugna­va-lhe a verdade fria e tudo aos seus olhos se prestigiava de um sedutor caráter de idealismo poético.

Para ele, Olímpia, com os seus ásperos arrebatamentos e com as suas míseras ternuras de rola enferma, não podia deixar de ser um mito irresistível e adorável. Gregório a amava, mas não a compreendia; aspirava-lhe o doce perfume através do véu nebuloso que a envolvia, aceitando-a na sua cega adoração, como o crente religioso aceita um dogma.

Que estranhas comoções não se apoderaram dele enquanto sustinha no ombro a formosa cabeça de Olímpia; enquanto lhe via de perto a fresca brancura do pescoço, e lhe sorvia os perfumes do cabelo, e lhe bebia o salmodiar do pranto?...

Ela parecia ir serenando à proporção que lhe fugiam as lágrimas e os soluços. Gregório, cheio de hesitação e receoso de afligi-la, mal ousava passar-lhe a mão à flor dos seus cabelos.

— Veja se consegue tranqüilizar-se um pouco... aconse­lhava ele com a voz trêmula, todo possuído de uma deliciosa agonia.

E, como se tivesse nos braços uma criança nervosa, batia-lhe carinhosamente nas costas e dizia-lhe todas as meiguices do seu amor ingênuo.

Olímpia, sem responder, continuava, não ainda a soluçar, mas a embalar-se num fluxo e refluxo de suspiros, que lhe faziam arfar o corpo inteiro, como a ressaca ao navio depois que a tempestade passou.

— Eu talvez a esteja constrangendo... arriscou Gregório, procurando delicadamente desviá-la dos seus braços.

— Não! respondeu ela, puxando-se para ele e chegando o rosto para os lábios do rapaz. Mas logo o repeliu, como se arredasse da sua carne palpitante um cadáver já frio.

Entretanto a tarde principiava a encher a natureza de sombras. As aves despediam-se do sol com os seus últimos gorjeios, e as árvores se retraíam no misterioso recolhimento do crepúsculo.