Soube-se logo a causa da perturbação de Maria. A prelada quiz saber porque chorava assim. A docil senhora não podia nem devia esconder o motivo das suas lagrimas. Pediu uma grade para receber seu marido, e a prioreza, ensinada pelo coração que adivinhava os desejos de Maria, pediu-lhe para acompanha'-la á grade. A mulher de Alvaro apertou-a ao seio com alvoroço de contentamento.
—Venha comigo, minha mãe,—disse ella—Eu preciso que elle ouça as palavras que Deus manda ao seu coração. Dê-lhe a elle a felicidade no infortunio como m'a deu a mim. Não espero que elle me dê um amor como eu o esperava antes de experimentar as angustias do desprezo; mas se for possivel converte'-lo ao temor de Deus, elle ha-de estimar-me, e com a minha estima soffrerá os trabalhos da vida, sem a impaciencia que o faz blasfemar. Oh! meu Deus! elle é tão novo e tão desgraçado! Que longa vida de desesperação será a d'elle, se não conseguirmos mostrar-lhe que se póde ser pobre e feliz!
A prelada pediu cinco minutos de espera. Recolheu-se em oração ao seu oratorio, e voltou com o sorriso de esperança para Maria, e a confiança em Deus no coração.
Entraram na grade.