Alvaro, procurando Maria, disse-lhe:
—Não abusarei das tuas bondades, anjo. Vivo do teu trabalho, agradeço-te de joelhos a esmola, e não posso continua'-la a receber.
Maria soltou um grito do coração e disse a Alvaro que a não matasse.
—De joelhos sou eu que te peço, meu amigo—exclamou ella—que me não abandones. Recompensa-me do muito que soffri, permittindo que eu sinta a santa felicidade de trabalhar para nós ambos. Oh! tu não sabes avaliar que ventura é esta! Se tivesses nascido pobre como eu, se tivesses ajudado com o teu talento a comprar o pão de teus paes e teus irmãos, não tinhas a crueldade de me roubar este prazer. Ó Alvaro, diz-me que é certo viveres para mim e para a esperança de melhores dias. Diz-me que entre a minha alma e a tua não ha uma linha de distancia que separe as nossas ultimas migalhas de pão.