Cultivas uma amiga, certamente,
Para que as tuas confidências ouça,
E andas por toda parte ao lado dela;
Embora amiga, embora confidente,
Nunca a percas de vista, se for moça,
E não lhe creias muito, se for bela.


Observa, sempre atenta e a cada instante,
As mais leves minúcias do seu gesto;
Tudo o que ela fizer olha e investiga,
Porque, sem que o percebas, teu amante
Goza, às ocultas, um sabor de incesto
No desejo que tem por tua amiga...

Esta obra entrou em domínio público no contexto da Lei 5988/1973, Art. 42, que esteve vigente até junho de 1998.


Caso seja uma obra publicada pela primeira vez entre 1929 e 1977 certamente não estará em domínio público nos Estados Unidos da América.