Leia a posteridade, ó patrio Rio,
Em meus versos teu nome celebrado,
Porque vejas uma hora despertado
O somno vil do esquecimento frio:
Não vês nas tuas margens o sombrio,
Fresco assento de um álamo copado;
Não vês Ninfa cantar, pastar o gado
Na tarde clara do calmoso estio.
Turvo banhando as pallidas arêas
Nas porções do riquissimo thezouro
O vasto campo da ambição recrêas.
Que de seus raios o Planeta louro,
Enriquecendo o influxo em tuas vêas,
Quanto em chamas fecunda, brota em ouro.