XVI

A PACUERA DE OIBÊ

 

Então os tres manos voltaram prá querencia deles.

Estavam satisfeitos porêm o heroi inda mais contente que os outros porquê tinha os sentimentos que só um heroi pode ter: uma satisfa imensa. Partiram. Quando atravessaram o pico do Jaraguá Macunaíma virou pra trás contemplando a cidade macota de São Paulo. Maginou sorumbatico muito tempo e no fim sacudiu a cabeça murmurando:

— Pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são...

Enxugou a lágrima, consertou o beicinho tremendo. Então fez um caborge: sacudiu os braços no ar e virou a taba gigante numa preguiça de pedra. Partiram.

Depois de muito refletir Macunaíma gastara o arame derradeiro comprando o que mais o entusiasmara na civilisação paulista. Estavam ali com êle o revolver Smith-Wesson o relogio Pathek e o casal de galinha Legorne. Do revolver e do relogio Macunaíma fizera os brincos das orelhas e trazia na mão uma gaiola com o galo e a galinha. Não possuia mais nem um tostão do que ganhara no bicho porêm lhe balangando no beiço furado pendia a pedra verde.

E por causa dela tudo ficara mais facil. Desciam de rodada o Araguaia e quando Jiguê remava Maanape manejava o joão-de-pau. Se sentiam marupiaras outra vez. Pois então Macunaíma adestro na proa tomava nota das pontes que carecia construir ou concertar pra facilitar a vida do povo goiano. Noite chegada, enxergando as luzinhas dos afogados sambando manso nas ipueiras da cheia Macunaíma olhava olhava e adormecia bem. Acordava esperto no outro dia e erguido na proa da igarité com o argolão da gaiola enfiado no braço esquerdo, repinicava na violinha botando a boca no mundo cantando saudades da querencia, assim:

“Antianti é tapejara,
— Pirá-uauau,
Ariramba é cozinheira,
— Pirá-uauau,
Taperá, onde a tapera
De beira do Uraricoera?
— Pirá-uauau...”

E o olhar dele espichando espichando descia a pele do rio em busca dos pagos da infancia. Descia e cada cheiro de peixe cada moita de craguatá cada tudo, punha entusiasmo nele e o heroi botava a boca no mundo feito maluco fazendo emboladas e traçados sem sentido:

“Taperá tapejara,
— Caboré,
Arapassu passoca,
— Caboré,
Manos, vamos-se embora
Pra beira do Uraricoera!
— Caboré!”

As águas araguaias murmurejavam chamando a reta da igarité com gemidinho e lá do longe vinha a cantiga peguenta das uiaras. Vei, a Sol, dava lambadas no costado relumeando suor de Maanape e Jiguê remeiros e no cabeludo corpo em pé do herói. Era um calorão molhado fazendo fogo no delírio dos tres. Macunaíma se lembrou que era imperador do Mato-Virgem. Riscou um gesto na Sol, gritando:

— Eropita boiamorebo!

Logo o céu se escurentou de sopetão e uma nuvem ruivor subiu do horizonte entardecendo a calma do dia. A ruivor veio vindo veio vindo e era o bando de araras-vermelhas e jandaias, todos êsses faladores, era o papagaio-trombeta era o papagaio-curraleiro era o xarã o peito-roxo o ajurú-curau o ajurú-curica ararí ararica araraúna araraí araguaí maracanã maitaca arara-piranga catorra teriba camiranga anaca anapura canindés tuíns periquitos , todos êsses, o cortejo sarapintado de Macunaíma imperador. E todos êsses faladores formaram uma tenda de asas e de gritos protegendo o heroi do despeito vingarento da Sol. Era uma bulha de aguas deuses e passarinhos que nem se escutava mais nada e a igarité meio parava atordoada. Mas Macunaíma assustando os legornes riscava de quando em vez um gesto diante de tudo e gritava:

— Era uma vez uma vaca amarela, quem falar primeiro come a bosta dela! Dem-de-lem chegou!

O mundo ficava mudo não falando um isto e o silêncio vinha amulegar a mornidão da sombra na igarité. E se escutava lá no longe lá no longe baixinho baixinho o ruidejar do Uraricoera. Então dava mais entusiasmo no heroi. A violinha repinicava tremida, Macunaíma pigarreava atirando gusparadas no rio e enquanto o guspe afundava transformado em matamatás nojentos, o heroi botava a boca no mundo feito maluco sem nem saber o que cantava, assim:

“Panapaná pá-panapaná,
Panapaná pá-panapanema:
Papa de papo na popa,
— Maninha,
Na beira do Uraricoera!”

Depois a boca-da-noite enguliu todas as bulhas e o mundo adormeceu. Tinha só Capêi, a Lua, enorme de gorda, rechonchuda que nem cara das polacas depois duma noite daquelas, puxavante! quanta sacanagem feliz quanta cunhã bonita e quanto cachirí!... Então Macunaíma teve saudades do sucedido na taba grande paulistana. Viu todas aquelas donas de pele alvinha com quem brincara de marido e mulher, foi tão bom!... Sussurou docemente: “Maní! Maní! filhinhas da mandioca!”... Deu um tremor comovido no beiço dele que quase a muiraquitã cai no rio. Macunaíma tornou a enfiar o tembetá no beiço. Então pensou muito sério na dona da muiraquitã, na briguenta, na diaba gostosa que batera tanto nele, Ci. Ah! Ci, Mãi do Mato, marvada que tornara-se inesquecivel porquê fizera êle dormir na rede tecida com os cabelos dela!... “Quem tem seus amores longe, passa trabalhos trianos...” parafusou. Que caborge da marvada!... E estava lá no campo do céu banzando nuns trinques toda enfeitada passeando brincando quem sabe com quem... Teve ciumes. Ergueu os braços pro alto assustando os legornes e rezou pro Pai do Amor:

“Rudá! Rudá!
Tu que estás no céu
E gostas das chuvas,
Rudá! faz com que minha amada

Por mais companheiros que arranje
Ache que todos são frouxos!
Assopra nessa marvada
Sodades do seu marvado!
Faz com que ela se lembre de mim amanhã
Quando a Sol for-se embora no poente!...”

Olhou bem pro ar. Não tinha Ci não, Capêi só, gordanchona, tomando tudo. O heroi deitou de comprido na igarité, fez um cabeceiro da gaiola e adormeceu entre maruíns piúns muriçocas.

A noite já estava amarelando quando Macunaíma acordou com os gritos dos viras num bambuzal. Assuntou a vista e deu um pulo na praia, falando pra Jiguê:

— Espera um bocadinho.

Entrou no mato bem, legua e meia. Foi buscar a linda Iriquí, companheira dele que já fôra companheira de Jiguê e esperava se enfeitando e coçando mucuím assentada nas raizes da samaúma. Os dois se festejaram, muito brincaram e vieram prá igarité.

Quando foi ali pelo meio-dia a papagaiada se estendeu de novo resguardando Macunaíma. E assim por muitos dias. Uma tarde o heroi estava muito enfarado e se lembrou de dormir em terra firme, fez. Nem bem pisou na praia e se ergueu na frente dele um monstro. Era o bicho Pondê um jurucutú do Solimões que virava gente de-noite e engulia os estradeiros. Porêm Macunaíma pegou na flexa que tinha afincada na ponta a cabeça chata da formiga santa se chamando curupê e nem fez pontaria, acertou que foi uma beleza. O bicho Pondê estourou virando coruja. Mais pra diante depois de atravessado um chato quando subia por um espigão cheio de crocas topou com o monstro Mapinguarí macaco-homem que anda no mato fazendo mal prás moças. O monstro agarrou Macunaíma porêm o herói tirou o toaquiçú pra fora e mostrou pro Mapinguarí.

— Não confunde não, parceiro!

O monstro riu e deixou Macunaíma passar. O heroi andou legua e meia procurando um pouso sem formiga. Subiu na ponta dum cumarú de quarenta metros e afinal depois de muito campear descobriu uma luzinha longe. Foi lá e topou com um rancho. E era o rancho de Oibê. Macunaíma bateu e uma vozica mui doce gemeu de lá dentro:

— Quem vem lá!

— É de paz!

Então a porta se abriu e apareceu um bicho tamanho que sarapantou o heroi. Era o monstro Oibê o minhocão temivel. O heroi sentiu friagem por dentro mas se lembrou do smith-wesson, criou coragem e pediu pousada.

— Entre que a casa é sua.

Macunaíma entrou, sentou numa canastra e ficou assim. Afinal perguntou:

— Vamos conversar?

— Vamos.

— Sobre o quê?

Oibê coçou a barbicha matutando e de repente descobriu satisfeito:

— Vamos conversar porcaria?

— Chi! gosto disso que é um horror! o heroi exclamou.

E conversaram uma hora de porcariada.

Oibê estava cozinhando a comidinha dele. Macunaíma não tinha fome nenhuma porêm botou a gaiola no chão e só de embusteiro esfregando a mão na barriga fez:

— Juque!

Oibê resmungou:

— Que é isso, gente!

— É fome é fome!

Oibê pegou numa gamela, botou cará com feijão dentro, encheu uma cuia com farinha-dagua e ofereceu pro heroi. Mas não deu nem um tiquinho da pacuera assando no espeto de canela de sassafraz e aromando bem. Macunaíma enguliu tudo sem mastigar e não tinha fome nenhuma porêm a boca dele ficou cheia de agua por causa da pacuera assando. Esfregou a mão na barriga e fez:

— Juque!

Oibê resmungou:

— Que é isso, gente!

— É sêde é sêde!

Oibê pegou no balde e foi buscar água no poço. Enquanto ia, Macunaíma tirou a canela de sassafraz das brasas enguliu a pacuera inteira sem mastigar e ficou bem sossegado esperando. Quando o minhocão trouxe o balde Macunaíma bebeu um coco cheio. Depois se espreguiçando suspirou:

— Juque!

O monstro se sarapantou:

— Que mais que é, gente!

— É sono é sono!

Então Oibê levou Macunaíma pro quarto-de-hóspedes deu boa-noite e fechou a porta por fora. Foi cear. Macunaíma botou a gaiola num canto, cobrindo o casal de galinhas com umas chitas. Assuntou o quarto bem. Tinha uma bulhinha sem parada vinda de todos os lados. Macunaíma bateu a pedra do isqueiro e viu que eram baratas. Trepou assim mesmo na rede não sem espiar mais uma feita si não faltava nada pros legornes. O casal estava até bem satisfeito comendo barata. Macunaíma se riu pra êle, arrotou e adormeceu. D'aí a pouco estava coberto de baratas lambendo.

Quando Oibê pôs reparo que Macunaíma tinha comido a pacuera, teve raiva. Agarrou num sininho, se embrulhou num lençol branco e foi fazer assombração pro hóspede. Mas era só de brincadeira. Bateu na porta e manejou o sininho, de-lem!

— Oi?

— Vim buscar minha pacuera-cuera-cuera-cuera-cuera, de-lem!

Abriu a porta. Quando o heroi enxergou a assombração ficou com tanto medo que nem se mexeu. Ele não sabia que era Oibê não. A fantasma vinha vindo:

— Vim buscar minha pacuera-cuera-cuera-cuera-cuera, de-lem!

Então Macunaíma percebeu que não era assombração nada, era mas o monstro Oibê minhocão temivel. Criou coragem pegou no brinco da orelha esquerda que era a máquina revolver e deu um tiro na assombração. Porêm Oibê não fez caso e veio vindo. O heroi tornou a ter medo. Pulou da rede agarrou a gaiola e escafedeu pela janela, jogando baratas no caminho todo. Oibê correu atrás. Mas era só de brincadeira que êle queria comer o heroi. Macunaíma desembestara agreste fora mais isso ia que ia acochado pelo minhocão. Então botou o furabolo na goela, fez cosquinha e lançou a farinha engulida. A farinha virou num areão e enquanto o monstro pelejava pra atravessar aquele mundo de areia escorregando, Macunaíma fugia. Tomou pela direita, desceu o morro do Estrondo que soa de sete em sete anos seguiu por uns caponetes e depois de cortar um travessão encapelado fez o Sergipe de ponta a ponta e parou ofegando num agarrado muito pedregoso. Na frente havia uma lapa grande furada por uma furna com um altarzinho dentro. Na boca da socava um frade. Macunaíma perguntou pro frade:

— Como se chama o nome de você?

O frade pôs no heroi uns olhos frios e secundou com pachorra:

— Eu sou Mendonça Mar pintor. Desgostoso da injustiça dos homens faz tres seculos que afastei-me deles metendo a cara no sertão. Descobri esta gruta ergui com minhas mãos êste altar do Bom Jesus da Lapa e vivo aqui perdoando gente mudado em frei Francisco da Soledade.

— Está bom, Macunaíma falou. E partiu na chispada.

Mas o terreno era cheio de socavas e logo adiante estava outro desconhecido fazendo um gesto tão bobo que Macunaíma parou sarapantado. Era Hercules Florence. Botara um vidro na boca duma furna mirim, tapava e destapava o vidro com uma folha de taioba. Macunaíma perguntou:

— Ara ara ara! Mas você não me dirá o quê está fazendo aí, siô!

O desconhecido virou pra êle e com os olhos relumeando de alegria falou:

— Gardez cette date: 1927! Je viens d’inventer la photographie!

Macunaíma deu uma grande gargalhada.

— Chi! Isso já inventaram que anos, siô!

Então Hercules Florence caiu estuporado sobre a folha de taioba e principiou anotando com música uma memória scientifica sobre o canto dos passarinhos. Estava maluco. Macunaíma chispou.

Depois que correu legua e meia olhou pra trás e viu que Oibê já vinha perto. Botou o furabolo na guela e lá foi pro chão todo o cará engulido que virou num tartarugal mexemexendo. Oibê custou pra virar aquela imundicie de tartaruga e Macunaíma fugiu. Legua e meia adiante olhou pra trás. Isso Oibê vinha na cola dele. Então tornou a botar o furabolo na goela e lançou que era só feijão e água. Tudo virou num lamedo cheio de sapos-bois e enquanto Oibê se debatia atravessando aquilo, o heroi catava umas minhocas prás galinhas e partia afobado. Ganhou muita dianteira e parou pra descansar. Ficou bem admirado porquê tinha corrido tanto que estava outra feita na porta do rancho de Oibê. Resolveu se esconder no pomar. Tinha um pé de carambola e Macunaíma principiou arrancando ramos do caramboleiro pra se amoitar por debaixo. Os ramos cortados agarraram pingando agua de lágrima e se escutou o lamento do caramboleiro:

“Jardineiro de meu pai,
Não me cortes meus cabelos,
Que o malvado me enterrou
Pelo figo da figueira
Que passarinho comeu...
— Chó, chó, passarinho!

Todos os passarinhos choraram de pena gemida nos ninhos e o heroi gelou de susto. Agarrou no patuá que trazia entre os berloques do pescoço e traçou uma mandinga. O caramboleiro virou numa princesa muito chique. O heroi teve um desejo danado de brincar com a princesa porêm Oibê já devia de estar estourando por aí. De-fato:

— Vim buscar minha pacuera-cuera-cuera-cuera-cuera, de-lem!

Macunaíma deu a mão prá princesa e fugiram na disparada. Mais adiante havia uma figueira com a sapopemba enorme. Oibê estava já no calcanhar deles e Macunaíma não tinha tempo mais pra nada. Então se meteu com a princesa no buraco da sapopemba. Mas o minhocão enfiou o braço e inda agarrou a perna do heroi. Ia puxar mas Macunaíma deu uma grande gargalhada de experiencia e falou:

— Você está maginando que pegou minha gambia, pegou não! Isso é raiz, bocó!

O minhocão largou. Macunaíma gritou:

— Pois era a perna mesmo, bocó-de-mola!

Oibê tornou a enfiar o braço mas o heroi já tinha encolhido a perna e o minhocão só achou raiz. Tinha uma garça perto. Oibê falou pra ela:

— Comadre garça, bote sentido no heroi. Não deixe êle sair que vou buscar uma enxada pra cavar.

A garça ficou guardando. Quando Oibê já estava longe Macunaíma falou pra ela:

— Então, sua palerma, é assim que se bota sentido num heroi! Fique bem perto arregalando os olhos!

A garça fez. Então Macunaíma atirou um punhado de formigas-de-fogo nos olhos dela e enquanto a garça gritava de cega êle saiu do buraco com a princesa e escafederam outra vez. Perto de Santo Antonio do Mato Grosso toparam com uma bananeira e estavam morrendo de fome. Macunaíma falou pra princesa:

— Assobe, come as verdes que são boas e atira as amarelas pra mim.

Ela fez. O heroi se fartou enquanto a princesa dançava de cólicas pra êle apreciar. Oibê já vinha chegando e eles desataram o punho da rede outra vez.

Depois de correrem mais legua e meia enfim chegaram num firme pontudo do Araguaia. Porêm a igarité estava abicada bem mais pra baixo na outra margem com Maanape Jiguê a linda Iriquí, todos êsses companheiros dormindo. Macunaíma olhou pra trás. Oibê quasi ali. Então botou o furabolo na goela pela última vez, fez cosquinha e alojou a pacuera nagua. A pacuera virou num periantã muito fofo de ervas. Macunaíma botou a gaiola com geito no fofo, atirou a princesa lá e dando um arranco na margem com o pé afastou da praia o periantã que as águas levaram. Oibê chegou mas os fugitivos iam longe. Então o minhocão que era um lobisomem famoso principiou tremelicando e ganindo muito foi encurtando encurtando tremelicando criou rabo e virou cachorro-do-mato. Escancarou a goela desencantada e saiu da barriga dele uma barboleta azul. Era alma de homem prêsa no corpo do lobo por artes do Carrapatú medonho que para na gruta do Iporanga.

Macunaíma e a princesa brincando desciam a corrente do rio. Agora estão se rindo um pro outro.

Quando passaram rente da igarité os manos se acordaram com os gritos de Macunaíma e foram atrás. Iriquí ficou logo enciumada porquê o heroi não queria saber mais dela e só brincava com a princesa. E pra ver si reconquistava o heroi abriu num bué famoso. Jiguê teve logo muita pena dela e falou pra Macunaíma ir brincar com Iriquí um poucadinho. Jiguê era muito bobo. Mas o heroi que já andava impinimando com Iriquí secundou pra êle:

— Iriquí é muito relamboria, mano, mas a princesa, upa! Não dê crédito pra Iriquí não! Oi que Sol de inverno chuva de verão chôro de mulher palavra de ladrão, eieiei... ninguém não cáia não!

E foi brincar com a princesa. Iriquí ficou triste triste, bem triste, chamou seis araras canindés e subiu com elas pro céu, chorando luz virada numa estrêla. As canindés amarelinhas também viraram estrêlas. É o Setestrelo.