XIII
A Noite

A Wenceslau de Queiroz

Um vento fresco e suave entre os pinhaes murmura.
A Noite, aos hombros solta a desgrenhada coma,
No seu plaustro de crepe, entre as nuvens assoma...
Tornam-se o campo e o céo de uma côr mais escura.

Um novo aspecto em tudo. Um novo e bom aroma
De láthyros exhala a amplissima verdura.
Num hausto longo, a Noite, aos ares a frescura
Doce, entre-abrindo a flôr dos negros labios, toma...

Por valles e rechans caminha, passo a passo,
Attento o ouvido, á escuta... E no seu plaustro enorme,
Cujo rumor desperta a placidez do espaço,

Á encantada região das estrellas se eleva...
E, ao ver que dorme o espaço e o mundo inteiro dorme,
Volve, quieta, de novo, á habitação da treva...