II
A florista

Suspensa ao braço a grávida corbelha,
Segue a passo, tranquilla... O sol faisca...
Os seus carminios labios de mourisca
Se abrem, sorrindo, numa flôr vermelha.

Deita á sombra de uma arvore. Uma abelha
Zumbe em torno ao cabaz... Uma ave, arisca,
Bem perto della pelo chão lambisca,
Olhando-a, ás vezes, tremula, de esguelha...

Aos ouvidos lhe sôa um rumor brando
De folhas... Pouco a pouco, um leve somno
Lhe vae as grandes palpebras cerrando...

Cae-lhe de um pé o rustico tamanco...
E assim descalça, mostra, em abandono,
O vultinho de um pé macio e branco.