XVI
Mãe
Embora a magua a afflija e a sorte a opprima,
O seu amor, como celeste esmola,
E’ um perfume subtil que se lhe evola
Do peito e sóbe deste mundo acima.
Com que ternura a sua voz me anima,
Quando, pelo meu rosto, o pranto rola!
Ninguem, como ella, a minha dôr consola,
Ninguem, como ella, o meu pezar lastima.
Julgo-me só e chamo-a... ella não tarda!
Volta, acode-me, alegre; e, num momento,
Desfaz a dôr que o coração me enlucta.
Ella é a mais fiel, a mais constante guarda
Que, no meio da noite, o ouvido attento,
O meu suspiro entrecortado escuta.