D’oú me vient, o mon Dieu, cette paix qui m’inonde?
D’oú me vient cette foi dont mon coeur surabonde?
Lamartine.
Santa Maria, illuminae
A estrada asperrima que trilho:
Ah! por amor de vosso Filho!
A! por amor de vosso Pae!
Aos marinheiros que, no mar,
Temem as syrtes e os escolhos,
Dae-lhes a uncção dos vossos olhos,
Dae-lhe a uncção do vosso olhar.
Não peço glorias nem trophéus
Que as amarguras não compensam:
Apenas quero a vossa bençam,
Só, muito embora, ó Mãe de Deus,
O camponez não queira o buz
Dos vossos olhos e nem vol-o
Peça, mas peça um ferragoulo
Para combrir os hombros nús.
Ao miseravel que cahir,
Ao roto dae-lhes uma tira
Do vosso manto de saphyra
Para as feridas encobrir;
A’s noivas pobres, enxovaes;
Ao peccador, ao moribundo,
Dae-lhes o goso do outro mundo
Longe das chammas infernaes.
Dae-nos do vosso olhar a uncção!
E que sejaes sempre bemdita
Lá nessa abobada infinita,
O’ immaculada Conceição!
Santa Maria, illuminae
A estrada asperrima que trilho!
Ah! por amor de vosso Filho!
Ah! por amo de vosso Pae!