Hoje apareceram-me os recém-casados pela primeira vez, encontro casual, na Rua do Ouvidor, às duas horas da tarde; iam a compras. Gostei de os ouvir, e ainda mais de a ver. A graça com que ela dava o braço ao marido e deslizava na rua era mais completa que a anterior ao casamento; obra do casamento e da felicidade. Iam ouvindo, iam falando, iam parando aos mostradores.
Descem definitivamente no dia 20 deste mês, e partem nos primeiros dias de agosto para Lisboa; irão logo a outras partes.
— Por que não vem daí, conselheiro? perguntou-me Tristão.
— Depois de tanta viagem? Sou agora pouco para reconciliar-me com a nossa terra.
Sublinho este nossa, porque disse a palavra meio sublinhada; mas ele creio que não a ouviu de nenhuma espécie. Olhava para a consorte, como avivando o programa da viagem que iam fazer, e seguiram pela rua abaixo com a mesma graça vagarosa.