Meu Captiveiro entre os Selvagens do Brasil (2ª edição)/Capítulo 13

CAPITULO XIII
De como soubemos em que ponto
haviamos naufragado

Agradecemos a Deus a vida que nos salvára, apezar da penuria em que ficámos. Romão não reconhecia a terra, não sabía dizer se estavamos perto de S. Vicente, nem que qualidade de indigenas por alli habitava.

Havia um francez entre nós, de nome Claudio, que principiou a correr pela praia para aquecer-se. Afastou-se a uma grande distancia e de repente percebeu ao longe, em meio do matto, umas casas que pareciam de christãos. Dirigiu-se para lá e viu que era um estabelecimento de portuguezes, Itanhaen chamado, a ecrca de duas milhas de S. Vicente. Contou aos moradores a nossa desgraça e a fome e frio de que padeciamos. Mal souberam disso os portuguezes, correram para nós e levaram-nos para suas casas, onde nos deram roupas e alimento.

Ficamos em Itanhaen alguns dias, até recobrarmos forças e animo. Depois seguimos por terra para S. Vicente, onde tambem fomos cordealmente acolhidos. O capitão Salazar ahi obteve que um navio portuguez fosse buscar os nossos companheiros ficados atraz.

Esta obra entrou em domínio público pela lei 9610 de 1998, Título III, Art. 41.


Caso seja uma obra publicada pela primeira vez entre 1929 e 1977 certamente não estará em domínio público nos Estados Unidos da América.