Mil vezes determino não vos ver,
Por ver se abranda mais o meu penar:
E se cuido de assi me magoar,
Cuidai o que será, se houver de ser.
Pouco me importa ja muito soffrer,
Despois que Amor me poz em tal lugar;
E o que inda me doe mais he só cuidar,
Que mal sem esta dor posso viver.
Assi não busco eu cura contra a dor,
Porque, buscando alguma, entendo bem
Que nesse mesmo ponto me perdi.
Quereis que viva, em fim, neste rigor?
Somente o querer vosso me convem.
Assi quereis que seja? Seja assi.