ADVERTENCIA

 

 

Miss Kate carece de classificação como genero litterario.

A intenção do auctor era fazer um conto, quando em 1901 traçou os primeiros capitulos. O conto, porem, que devia ser phantastico, tomou depois as proporções de uma novella; e o elemento phantastico amalgamou-se com alguns factos de observação colhidos por quem não possue competencia em psychiatria.

O leitor discreto e benevolente verificará, pois, até onde chega a realidade da acção morbida traduzida no personagem Agrippino e quando começa a trabalhar a phantasia illogica do escriptor.

Em 1904 esse trabalho appareceu, com excepção da ultima parte do capitulo xi, nas columnas de uma revista litteraria d’esta capital.

Tendo-o lido, então, o eminente psychiatra Dr. Afranio Peixoto, achou que esta edição era digna de um prefacio de sua lavra.

Á tão grande generosidade, portanto, vae dever o cultor das bôas lettras o ensejo de apreciar uma pagina magistral, em que não se sabe o que mais admirar, se o brilho do estylo do poeta, se a cultura do medico, se a condescendencia de um homem versado nos segredos da arte e dotado de um espirito rutilante.

 

Rio, 15 de maio de 1909.

 

Cosme Velho.