Falar... Ouvir...
DE visita a um tio, senti-me esmagado pela sua superioridade de homem de cincoenta annos vividos.
Senta-se a favor da luz, affixa certo sorriso que escolhe adrede de toda uma collecção e faz o visitante falar. Se este esmorece, atiça o fogacho da parolice e recáe na tocaia, emittindo ultra-scepticos — ahns! sins, ohs, pois nãos.
Confessou-me afinal que agora só ouve.
— Já falei muito.
Seremos todos assim, metade da vida palco, metade platéa?
Esta obra entrou em domínio público pela lei 9610 de 1998, Título III, Art. 41.
Caso seja uma obra publicada pela primeira vez entre 1929 e 1977 certamente não estará em domínio público nos Estados Unidos da América.