Ernesto Matoso — "Coisas do meu tempo", pág. 61.
Era por ocasião da questão Christie, em 1862. Não tendo o governo imperial atendido a algumas reclamações descabidas da Inglaterra, iniciou esta uma série de represálias, aprisionando no mar diversos navios mercantes brasileiros. A multidão, indignada, enchia as ruas e praças do Rio de Janeiro, reclamando a reação. Até que se aglomerou diante do Paço, pedindo a palavra do soberano.
Pedro II apareceu a uma das janelas, o rosto severo.
— Calma, senhores, calma! pediu.
E a voz segura de quem não recuará:
— Confiem no meu governo e fiquem certos que, sem honra, não quero ser imperador!...