Humberto de Campos — Discurso de recepção na Academia Brasileira de Letras, maio de 1920.
Uma tarde, estava Emílio de Menezes à porta da confeitaria Pascoal, em companhia de um amigo, quando passou pela calçada, arrogante, charuto ao queixo, um cavalheiro de alta representação, conhecido na cidade pela sua aversão ao pagamento das dívidas. Ferido pela soberba do tipo, Emílio voltou-se para o companheiro, perguntando-lhe, à queima-roupa:
— Em que se parece aquele sujeito com um botão?
O outro não atinou com a chave do enigma, e ele completou, perverso:
— É que ele também não paga a casa em que mora...