Narrada pelo professor Raul Pederneiras
Em uma cervejaria de São Paulo, cujo soalho, como é de praxe nos estabelecimentos do gênero, se achava coberto de serragem, bebiam Emílio de Menezes e alguns amigos, quando um conhecido engenheiro, falando de arte, começou a louvar Florença e a influência dos florentinos na Renascença. No auge, porém, do entusiasmo, põe-se de pé, afasta a cadeira, e, ao sentar-se de novo, projeta-se de costas no chão. Levanta-se sujo de serragem, e quer insistir.
— Sim, é aos florentinos que devemos todo esse patrimônio artístico...
— Homem, intervém Emílio de Menezes, — deixa os florentinos...
E limpando-lhe a serragem:
— Tu agora estás "à milanesa".