Barão de Tefé, na "Revista da Semana", número especial de 28 de novembro de 1925.

Tinha Pedro II vinte e sete anos quando foi assistir aos exames anuais na Academia de Marinha. Sentado à mesa, ao lado de Sua Majestade, chamou Cristiano Otoni o primeiro aspirante sorteado, e ordenou-lhe:

— Exponha com clareza e precisão a matéria do seu ponto.

A presença do monarca perturbou o rapaz, que em silêncio, se pôs a empalidecer e a suar frio.

— Vamos — tornou Otoni, impaciente. Sua Majestade veio aqui para ouvi-lo e julgar do seu aproveitamento; fale ou retire-se!

Por essa altura, o Imperador interveio:

— Compreendo a sua perturbação, mas acalme o seu espírito. Aqui não há juizes ferrenhos, mas amigos dispostos a esperar que lhe volte o sangue frio.

E pôs-se a conversar, propositalmente, com Otoni, até que o aluno, encorajado assim pelo soberano, retomou alento, que lhe permitiu fazer uma das provas mais completas do dia.