Alberto Faria — Conferência na Academia Brasileira de Letras, 1925.

Recomendado do Rio ao carcereiro da cadeia de Recife, de tal modo se portou ali Fagundes Varela, utilizando a roupa e o calçado desse funcionário, que este se viu na contingência de expulsá-lo da sala que lhe havia sido cedida para hospedar-se.

Dias depois, encontrando o carcereiro na rua, o poeta fez-lhe um cumprimento.

— Suas saudações irritam-me os nervos, — declarou o benfeitor ludibriado. — Espero que não me tire mais o chapéu.

— O chapéu? — estranhou o poeta. — Mas, o cumprimento não me custa nada.

E mostrando-lhe o feltro, que havia trazido na mudança:

— O chapéu não é seu?