Moreira de Azevedo — "Mosaico Brasileiro", pág. 54.
Havia no Rio de Janeiro uma padaria cujo proprietário era freqüentemente condenado a multas pelo juiz Petra de Bitencourt, pelo furto, que fazia ao povo, no peso e na qualidade do pão. Apadrinhando-se com um fidalgo prestigioso esse comerciante desonesto conseguiu que o ministro assinasse um aviso, ordenando ao magistrado que não mais perseguisse o fabricante de pão pequeno.
Portador do aviso, o comerciante entregou ao juiz Petra, o documento, e esperou a resposta.
— Vá descansado, — declarou O magistrado, ao terminar a leitura do documento. — Vá descansado.
E nos seus modos desabridos:
— Vá descansado, e pode furtar à sua vontade, porque o ministro o autorizou; e tolo será o senhor se não furtar dez vezes mais do que até agora tem feito