Moreira de Azevedo — "Mosaico Brasileiro", pág. 51.

Era Agostinho Petra Bitencourt juiz de fora e, ao mesmo tempo, presidente do Senado da Câmara, quando, num dia de audiências, se demorou em mandar entrar as partes, que aguardavam na sala contígua. Impacientes, as pessoas que esperavam falar ao magistrado começavam a irritar-se, quando um cavalheiro, perdendo a calma, bateu fortemente à porta.

— Quem bate? — indagou o juiz, de dentro, com irritação.

— É o povo, em nome da lei! — gritaram-lhe, de fora.

E Petra Bitencourt, que era violento, mas justo:

— Como é o povo em nome da lei, pode entrar.

E escancarou a porta.