Constâncio Alves — "Revista da Academia Brasileira de Letras", n° 60, de dezembro de 1926.
Laurindo Rabelo, não obstante o descaso de si mesmo, era profundamente orgulhoso. Médico do Exército e íntimo na casa do coronel Tamarindo, havia o poeta chegado à residência deste, em dia festivo, na ocasião, exatamente, em que a mesa das pessoas gradas já se achava completamente cheia. Não querendo fazê-lo esperar, a dona da casa indicou-lhe um lugar na mesa da gente moça.
Laurindo franziu o rosto.
— Adeus, coronel, — disse, despedindo-se.
E já da porta, ofendido:
— Os médicos do Exército jantam com o Estado-Maior!