Ernesto Sena — "Deodoro", pág. 157.

Com a queda do Império havia ficado abolido o Hino Nacional de Francisco Manuel, adotando-se outro, de Leopoldo Miguez. Toda a gente sentia, porém, saudades do velho símbolo musical, vigoroso como poucos.

A 15 de novembro de 1890, os representantes da imprensa resolveram pedir a Deodoro a reabilitação do antigo, refugado por imperial. Antes, porém, convencionaram com os mestres das bandas militares postadas dentro e nos jardins do palácio, então o Itamarati, para que, obtido o assentimento, tocassem, a um tempo, a soberba epopéia musical.

Obtido o consentimento do ditador, fez-se o gesto combinado. As bandas, a um tempo, atacaram as notas do nosso canto de guerra, sagrado nos campos de batalha. Foi um momento emocionante. Muita gente chorava. O próprio Deodoro tinha os olhos úmidos.

Lá fora, entretanto, na rua, o povo fugia, correndo em todas as direções, supondo que as forças armadas haviam, lá dentro, restaurado a monarquia!...