Contada pelo Dr. Mário Brant.
Ocupava o general Osório a pasta da Guerra quando em um dos despachos coletivos no Paço, o Imperador, minado pelas moléstias e pela velhice, começou a cochilar, e adormeceu, na presença mesmo dos seus ministros. Estes entreolharam-se, numa consulta silenciosa. Que fazer, em semelhante emergência? Irem-se embora? Seria uma desconsideração. Chamá-lo? Seria um desrespeito.
Osório teve uma idéia. Desafivelou o cinturão, e, como inadvertidamente, deixou cair a espada, com estrondo, no soalho. Despertando com o barulho, o monarca, vendo o que era, objetou-lhe, sorrindo:
— Certo, sr. general, a sua espada não caía assim no Paraguai.
— Absolutamente, majestade! — contestou o herói.
E num assomo repentino de orgulho:
— Mesmo porque, no Paraguai, não se dormia!