Contada pelo Comandante Albino Maia.
Érico Coelho morreu quase octogenário, tendo conservado, porém, até às proximidades da morte o mesmo garbo de figura, e um porte marcial de mosqueteiro. Por isso mesmo, não gostava que lhe falassem em idade, achando que os indivíduos têm, não a idade verdadeira, mas aquela que parecem ter.
Certo dia, uma senhorita estouvada resolveu tocar-lhe, em uma festa, nesse ponto delicado.
— Senador, — indagou, — que idade, mesmo, o senhor tem?
— Ah minha filha, — retrucou o republicano fluminense, detendo a sua irritação, — eu não sei ao certo a idade que tenho. Mas já devo ser muito velho.
E com tremores na barba:
— Imagine que eu sou de um tempo em que era falta de educação perguntar-se a idade dos outros!...