Frei Vicente de Salvado — "História do Brasil", pág. 163

D. Duarte da Costa, que sucedera a Tomé de Sonsa no governo geral do Brasil, costumava rondar alta noite o povoado que era então a Bahia. Certa vez, percorria assim uma das vielas escuras, quando, ouvindo vozes no interior de uma casa fechada e em que havia luz, se chegou, cauteloso, a ouvir o que diziam. E notando que o assunto era a sua própria pessoa, a quem todos atacavam impiedosamente, soprou, baixo, para dentro, por uma fresta da tábua:

— Falem baixo, que os ouve o governador...

E deslizou, de novo, na sombra.