Joaquim Nabuco —; "Um estadista do Império", vol. I, pág. 208.
A sessão da Câmara de 26 de junho de 1855 foi a mais interessante, talvez, de toda a legislatura, graças a um discurso de Justiniano José da Rocha, o maior jornalista do Segundo Império.
Acusado de deserção pelo marquês do Paraná, que o elegera, Justiniano sobe imediatamente à tribuna, e faz um discurso dos mais ingênuos, singelos, comoventes e, ao mesmo tempo, divertidos, entre os quantos se encontram nos Anais. Conta as suas origens, o dinheiro que os ministros lhe davam, e, no meio de numerosos episódios pitorescos, este, reproduzido textualmente:
"E já que falo nisto, sr. presidente, vá uma pequena revelação. Distribuíam-se africanos, e estava eu conversando com o ministro que os distribuía, e S. Excia. me disse: "Então, sr. Rocha, não quer algum africano?" "Um africano me fazia conta", respondi-lhe. "Então, por que o não pede?" "Se V. Excia. quer, dê-me um para mim e um para cada um dos meus colegas". (Risadas). O ministro chamou imediatamente o oficial de gabinete e disse-lhe:
"Lance na lista um africano para o dr. Rocha, um para o dr. Fulano, e outro para o dr. Fulano".