Serzedelo Correia — "Páginas do Passado", pág. 13.
Em uma das reuniões do ministério, com Floriano no governo, Custódio José de Melo, ministro da Marinha, propôs que se telegrafasse ao Marechal Moura, ministro da Guerra, então no Rio Grande, dando-lhe instruções para a pacificação do Sul. Floriano aceitou o alvitre, combinou o texto do telegrama e, no despacho seguinte, Custódio o interpelou.
— Então, telegrafou ao Moura?
— Não, — respondeu Floriano, seco; — mudei de opinião.
O almirante estranhou:
— Como? — V. Excia. não podia mudar de opinião; era assunto resolvido por todo o ministério.
— Mas mudei, — tornou o ditador. — Se o senhor quer a presidência da República, eu lhe passo o poder.
— Não, isso, não; — volveu Custódio.
E dando a sua demissão:
— Se eu quisesse a presidência da República, quando tinha os canhões do Aquidaban voltados para a cidade, não teria vindo ser ministro da Marinha no seu governo!