Paulo Barreto — Discurso de recepção na Academia Brasileira de Letras
Guimarães Passos havia tido uma namorada de meninice, cuja mão jamais disputou, e que acabou casando com outro, com o qual teve um filho, a quem deu o nome de Antônio. O poeta é que nunca esqueceu a noiva perdida. Às vezes, alta noite, nas rodas de boêmia, entristecia de repente, levantando-se da mesa.
— Aonde vais? — indagavam os outros.
E ele, soturno:
— Vou pensar na mãe do Antônio.
E metia-se em casa, até de manhã.